sábado, 27 de maio de 2017

Concorre ao Prêmio Oceanos: A licitude dos Olhos - de Tere Tavares - Editora Penalux - SP

Um dia bom com essa boa expectativa. "A licitude dos olhos" (contos Editora Penalux 2016) de minha autoria, está entre os concorrentes do OCEANOS - Prêmio de Literatura de Língua Portuguesa.


BOA NOTÍCIA. Saiu a lista dos inscritos para concorrer ao Prêmio Oceanos 2017. A Editora Penalux colocou mais de 80 títulos do seu catálogo no páreo. Estamos na torcida para que consigamos passar para a próxima fase, colocando, pelo menos, um dos nossos entre os 50 títulos semifinalistas.

Conto publicado na Antologia Logos Fenix de Maio 2017



COMO RENUNCIAR AO ESPETÁCULO
Por Tere Tavares



“Eu tenho uma surpresa para você. Não posso contar-te agora. Aguarde até amanhã”. Dizia-lhe o rio que sustentava uma pequena embarcação, de mastro curvo, exato para o tamanho daquela criatura oculta na vela, na formulação evasiva das águas.

Felícia viu-se rindo de quando não lhe foi possível aprofundar-se, de quando o exílio a visitou. Como não reparar num destino tão distinto? Ela correu para ganhar alguns minutos com os lírios, camélias e açucenas. As borboletas e as joaninhas. As salvínias nos canais. Os ninhos nas árvores frias, dormidas, sonhadas.

Embora as controvertidas investidas do “não faça isso” ou “faça aquilo” Felícia partiu. E da sua tempestiva decisão nasceu-lhe também a germinação inigualável. Sua mínima felicidade. Prosseguiu levando-se, por vezes, arrastando-se sobre o que a fazia viver, superando-se diante da contínua obrigação de eriçar plumas. Tinha para isso as ferramentas e os atalhos – crucialidades que lhe eram fornecidas sem nenhuma facilidade, como pausas a durar por séculos, embora se perfilassem como apoios para que Felícia pudesse, com a habilidade das águias, tornar mais leve o que lhe acontecia.
“O amanhã se faz hoje, então eu te revelo alguma coisa. Aprimorar o método Felícia. Polir o espírito. Enfrentar os erros, sucessivamente. Formar teu próprio rio menina. Refletir, Felícia. Descobrir. Descobrir”.

Tudo se passava entre o pensamento dela e a subversão pretérita. Inclinada sobre o fio da consciência, Felícia não atinava se o rosto que aflorava disforme, devido ao remoinhar das águas, era o que lhe cabia. Ela via o tempo – ele igualmente um rosto estranho e refluente – como uma invenção, uma rocha repleta de rachaduras e reentrâncias ignoradas, porém, tinha certeza de que o contava e o queria mais extenso, mesmo que para sofrer e enfrentar, outra vez, os enovelados rumos que se iam decepando à sua frente, em fixações amorfas, capturadas por uma visibilidade abstraída [e pela vigilância dessas visões algumas histórias compunham rostos e, posteriormente, máscaras, insignificâncias e rodeios] como se pudesse, com os próprios dentes, deter as interrupções, a singularidade.

Disse-lhe o rio numa segunda oportunidade: “Pois que torceste as chaves com distração quando deverias ter usado a prudência. Porque é preciso estar atento infinitamente Felícia, porque é preciso dar cores às cinzas – porque D-eus”.
Ela olha. O sorriso preso nos olhos. Não o permite a quem lhe estende a profundidade abissal. Sequer estende a mão aos que, de alguma forma, socorreu. Resta-lhe o ardil das lobas que, ilegítimas, retornam às tocas, vomitam a salvação aos seus sucessores, e, a seguir, ascendem, decepadas, numa ausência de coerência explicada somente pelos ossos à mostra, ao final de tudo.

Tere Tavares
Cascavel - Paraná - Brasil

Tere Tavares, escritora e artista plástica, radicada em Cascavel, PR, Brasil, autora de seis livros publicados "Flor Essência" (poesia 2004), "Meus Outros" (poesia e prosa 2007), "Entre as Águas" (contos 2011), “A linguagem dos Pássaros” (poesia Editora Patuá 2014), “Vozes & Recortes” (contos Editora Penalux 2015), “A licitude dos olhos” (contos Editora Penalux 2016). Participa de várias antologias no Brasil e Exterior em diversas mídias.


Grata Carmo Vasconcelos e Henrique L. Ramalho de Lisboa, PT, por mais essa belíssima edição.Abraços transatlânticos.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Publicação de meus poemas na DiVersos - Poesia e Tradução - de Portugal para o Mundo

Da boa nova recebida em Março de 2017:
Fundada em 1996, a "DiVersos - Poesia e Tradução" completou 20 anos em 2016. Foram publicadas as edições 24 e 25 para marcar esses tempos pela "Edições Sempre em Pé" de Portugal, sob a coordenação do editor José Carlos Marques e Equipe.
Honrada e agradecida pela inclusão de meus poemas na edição 25 que encerra a evocação do vigésimo aniversário de criação da grandiosa "Diversos- Poesia e Tradução" (publicação que já conta com vinte idiomas)- uma das mais completas recolhas literárias que tive a oportunidade de conhecer.
Contato para aquisição de exemplares: 
contato@sempreempe.pt
www.sempreempe.pt 

Gratidão imensa à Edições Sempre-em-Pé e à Equipe. 


Nessa comemorativa Edição da "DiVeros - Poesia e Tradução"-, houve a participação de três poetas brasileiros. Eu inclusa! Deveras animador isso! No mínimo. Numa das fotos que postei, pode-se ver os tantos idiomas que já constaram da "DiVersos- Poesia e Tradução". E são muitos. É uma das Publicações Literárias mais completas que já tive oportunidade de conhecer.