domingo, 3 de agosto de 2008

Textura


Textura

Sou esta nuance que nada deseja além de seguir ao longo do sulco da tua face e, talvez, esperar com alegria, ter esperança, ouvir uma canção – que resista a toda a espécie de balbúrdia e ao silêncio que a sucede ou caminha ao seu lado – como só um outro que me escuta , um poço de olhos fundos e insaciáveis, o alívio de todo peso de um nome. Nunca sou só o que sou.
O que dizer de quem se diz? Até onde contar o que nos conta?

E quando anoitecer que eu possa ser um pouco da noite, tecer a noite com a paciência do pescador.

E ao amanhecer que eu me perceba ao menos o mínimo da manhã a desfiar a luz do dia a fragrância dos matizes inolvidáveis do entardecer, como quem se entretém numa homenagem à Penélope e ao amor, como os ocasos em que sempre desce o indefinível e prodigioso ouro da claridade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Textura das manhãs e suas canções...

Nada mais se pode aspirar, sendo humano.
Mais um vento e seria anjo.
E quem sabe? Parece que você é, pelas palavras cheias de vôos e miragens.

Beijos

☆Lu Cavichioli disse...

Tere, ler vc sempre nos faz rescostar, sentindo o prazer da boa leitura.

Dovoro teu livro. Leio e releio alguns de meus preferidos como:NESTA AURORA É SOL É TÊNUE;JOGANDO O BUQUÊ;ENTRE EU E NASRUDIN... nossa são tantos que me perco nesta maravilhosa edição de Meus Outros,
bj de saudade.

Madalena Barranco disse...

Olá Tere, obrigada pela sua visita durante minahs férias.

Seu texto possui a textura das letras que sabem o que dizem, até no "mínimo da manhã". Beijos, querida.

Madalena Barranco disse...

Querida Tere, passei para lhe deixar muitos beijos e agradecer sua visita, que sempre me deixa feliz junto com a turminha do Morango. Tentarei mais tarde entrar no GO - vamos ver se consigo comentar por lá... Beijos.